As regras são simples: duas personagens com nome, em um conteúdo com pelo menos uma cena em que elas conversem entre elas, mas que o assunto da conversa dessas mulheres não seja sobre um homem.
Por acaso essas três premissas não fizeram sentido na sua cabeça?
Pois é exatamente isso que o Teste de Bechdel pretende avaliar: filmes de sucesso (e alguns fracassos também) que conseguem apresentar pelo menos duas mulheres conversando sobre algo que não seja um homem.
Parece insano? Pois uma parte da filmografia contemporânea não consegue sequer pontuar nessa análise.
Um dos exemplos mais emblemáticos desse absurdo é o caso do filme ‘O Voo da Fênix’ (2004).
Se você produz audiovisual, é muito importante saber desse Teste para conseguir avaliar a sub-representação das mulheres na indústria do entretenimento.
Com frequência, vemos casos de diretores/produtores abusivos, de uma diferença salarial entre gêneros e, principalmente, de um silenciamento por parte da indústria e de alguns profissionais.
Com o intuito de desmascarar essas situações, o Teste de Bechdel é uma boa ferramenta para entender como a indústria cultural reforça preconceitos e ideologias dominantes na sociedade.
Surgimento do Teste
Surpreendentemente, as origens do Teste de Bechdel estão ligadas ao ano de 1985, nos quadrinhos “Dykes to Watch Out For”.
Feitos pela cartunista Alison Bechdel, a constatação do Teste partiu de sua amiga, Liz Wallace. A autora dos quadrinhos acredita que a amiga se inspirou no livro “Um Teto Todo Seu”, da escritora Virginia Woolf.
Conhecido no mundo inteiro, o Teste também é chamado de Teste Bechdel/Wallace ou Medida de Filme Mo.
Dada a sua importância, o Teste conta com um banco de dados para que qualquer pessoa possa conferir se o seu filme predileto figura na lista dos aprovados no Teste.
Os resultados muitas vezes são chocantes! Como é o caso dos filmes infantis, em particular ‘Como Treinar o Seu Dragão 3’ (2019), e de do cult, ‘Godard Mon Amour’ (2017).
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Fonte das imagens: Freepik / Raw Pixel.