O Foley é um processo utilizado para criar ou recriar sons de objetos para as suas produções audiovisuais.
O nome do processo é uma homenagem ao artista, Jack Donovan Foley, pioneiro na arte de produzir sons e sentidos, área que conhecemos como sonoplastia.

Às vezes, quando gravamos um vídeo, costumamos priorizar a captação de áudio das atrizes em cena e “isolamos” a ambiência existente naquele espaço.
Em outras palavras, ignoramos os sons dos objetos e das ações que estão envolvidas naquele universo dramático.

Dessa forma, para reconstruirmos aquele momento, vamos precisar recriar alguns materiais sonoros na etapa de pós-produção para preencher as informações do espaço narrativo que deixamos para trás.

Esse espaço narrativo, com regras e força própria, é conhecido como diegese.
Logo, pensar em foley é organizar modos e recursos para contar uma história e construir um universo rico a partir de sons.

E se você achou que apenas os dramas ou os romances utilizassem o foley, fique sabendo que ele é super importante quando falamos de ficção científica.
Afinal, em muitos casos, vamos precisar criar o áudio de objetos que só existem no nosso próprio universo ficcional, ou seja, vamos ter que inventar sons e ruídos do absoluto zero.

Então, que isso dê certo e para que essa tarefa ocorra com poucos erros, vamos precisar recorrer a um processo básico de criação do foley: o planejamento.

Estudando as referências do foley

Abaixo, você confere como a importância do foley e como ele acontece.

Vídeo que explica o trabalho do artista de Foley.
Fonte: Academy Originals

Importando sons já existentes

Nesse texto, vamos tratar apenas de sons já existentes. Ou seja, nesse modelo você não vai precisar gravar os seus próprios sons.
Desse modo, sugiro que encontre uma boa biblioteca de áudio gratuita e com autorização de reprodução.

Um bom exemplo desse recurso é a BBC.
Com essa ferramenta, você poderá explorar o universo das suas personagens além de adicionar elementos que darão mais autenticidade e emoção ao seu vídeo.

Vale ressaltar que o foley também serve para cobrir registros não-intencionais captados durante as gravações: como os barulhos de uma rua movimentada, por exemplo.

Como curiosidade, menciono aqui alguns dos materiais mais comuns usados no foley para gerar sons.
Em primeiro lugar, temos o celofane para recriar a lembrança de um fogo crepitante.
Em seguida, um par de luvas para emular o bater de asas de algumas aves.
Por fim, uma vara fina pode resultar no famoso whoosh, ou seja, funciona para criar os sons de movimentos muito rápidos.

Imagem que representa o foley. Nela, estão onomatopeias como crash, wow, ops e smack representando ações como colisão, espanto, susto e beijo.
Imagem que representa o foley.
Nela, estão onomatopeias como crash, wow, ops e smack representando ações como colisão, espanto, susto e beijo.

Como pensar a trilha, os efeitos ou o foley para os meus vídeos?

Conforme a criação do universo sonoro do seu vídeo, você irá se atentar para resolver algumas questões essenciais:

  • Qual é o universo da sua história (ficcional ou documental)?
  • Por que utilizar esse e não outro som?
  • O som que você deseja adicionar é forte ou fraco?
  • É composto por uma ou mais fontes?
  • É um som grave ou agudo?
  • Ouve-se de perto ou de longe?

Todas as respostas estarão refletidas em seu material.
Por isso, estude a sua cena a fim de entender os indicadores que você precisa para sua produção de som.

Pense em como esse áudio irá adicionar uma emoção ao que você precisa comunicar.
Às vezes, opte pelo simples. Essa recomendação pode ser útil porque sons em excesso costumam distrair a sua audiência em vez de atrair.

Experimente também criar camadas de áudio e trabalhar com diferentes intensidades dos sons. Essa mistura faz o ambiente parecer mais natural.
Seguindo essas recomendações e testando bastante, o resultado poderá te surpreender e elevar a qualidade da sua entrega.

Gostou das nossas dicas sobre foley?
Para saber mais sobre áudio e suas particularidades, acesse também essa categoria na Margô Filmes.

Fonte das imagens: Macrovector / Freepik.