Mocumentário é um formato de filme ou série que simula as características gerais dos documentários evidenciando a natureza ficcional destes conteúdos. O nome deste subgênero vem da junção dos termos mock (falso ou imitação) e documentary (documentário) e costuma designar, majoritariamente, os filmes e séries de humor por meio da sátira ou da paródia. Por esta razão, todo mocumentário pertence ao gênero dos pseudodocumentários, mas nem todo pseudodocumentário pode ser lido como um mocumentário.
A trajetória de uma farsa: o mocumentário
Marcelo Flora Grava no texto “A análise do discurso na realidade ficcional dos mockumentaries” aponta a transmissão radiofônica do livro “Guerra dos Mundos” (escrito por Herbert George Wells) como um dos primeiros exercícios de simulação da realidade. Em 1938, o cineasta estadunidense Orson Welles interrompeu a programação musical da rádio CBS para noticiar uma suposta invasão de extraterrestres. O modo como Welles narrou os fatos foi tão verossímil que parte dos ouvintes acreditou que a ameaça reportada fosse real.
No cinema, o marco dos pseudodocumentários foi o filme “Holocausto Canibal“ (1980), longa rodado na Amazônia pelo diretor Ruggero Deodato e escrito por Gianfranco Clerici. Esta produção inaugurou os chamados filmes found footage (gravação encontrada, numa tradução livre). Quase vinte anos mais tarde, em 1999, o estilo alcançou o seu ápice com “A Bruxa de Blair”, sucesso de bilheteria e crítica.
Sobre os mocumentários, Marcelo Flora Grava comenta o pioneirismo do filme cult “Isto é Spinal Tap” (1984) na combinação de elementos “sérios” dos documentários (entrevistas para a câmera e o registro do cotidiano das personagens) com o discurso farsesco da trama.
Hoje em dia, os mocumentários estão presentes em diversas plataformas de conteúdo audiovisual e são consumidos como produtos de entretenimento e crítica à sociedade. Para conferir, é só procurar por Modern Family (2009) e Distrito 9 (2009).
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