Ao contrário do nosso cérebro que consegue adaptar a leitura das cores a condições específicas de iluminação, a máquina fotográfica ou a câmera de vídeo precisa realizar esse procedimento para que não haja erro.
Por isso, o objetivo do Balanço de Branco é tornar branco todos os objetos que aparentam possuir esta matiz.
O Balanço de Branco (WB) é um processo eletrônico de ajuste de cores não-reais de uma imagem.
Ele serve para que as imagens sejam entendidas como “reais” aos espectadores.
Entendendo o Balanço de Branco
Em primeiro lugar, Balanço de Branco, White Balance ou WB são três nomes diferentes para a mesma coisa.
Para fazer um Balanço de Branco corretamente você deve levar em consideração a “temperatura de cor” de uma fonte de luz.
Isso é, o quão ‘quente’ ou ‘fria’ em termos de temperatura de cor é essa fonte. Se você não sabe o que é Temperatura de Cor, vamos explicar logo abaixo.
Por agora, o que você precisa saber é que se fizer um Balanço de Branco incorreto, nosso resultado pode gerar imagens ‘lavadas’ com azul, laranja ou verde.
Às vezes, é possível contornar na ilha de edição, mas em casos mais extremos, o recurso final é disfarçar com um look preto e branco.
Por essa razão, nunca deixe de fazer o Balanço de Branco ou o resultado final pode causar estranhamento nos vídeos ou fotografias.
Para fazer o ajuste de branco na fotografia analógica é preciso utilizar filtros ou filmes específicos para diferentes condições de luz.
Com o digital, usar filtros para fazer o Balanço de Branco é desnecessário na maioria das vezes.
Basta verificar se a sua câmera tem esse recurso nas configurações e definir as condições de luz específicas do ambiente.
Se você é iniciante, a fica é fazer vários testes até achar o Balanço de Branco correto.
Agora, se você prefere uma “colinha” é só observar a tabela abaixo.
Temperatura de Cor | Fonte de Luz |
1.000 K a 2.000 K | Luzes de velas |
2.500 K a 3.500 K | Lâmpada de Tungstênio |
3.000 K a 4.000 K | Nascer e pôr do sol com o céu limpo |
4.000 K a 5.000 K | Lâmpadas Fluorescentes |
5.000 K a 5.500 K | Flash |
5.000 K a 6.500 K | Luz do dia com céu claro |
6.500 K a 8.000 K | Céu parcialmente nublado |
9.000 K a 10.000 K | Céu muito nublado ou Sombra |
Colinha de Temperatura de Cor para Balanço de Branco.
Algumas pessoas preferem deixar o Balanço de Branco digital no automático (AWB), mas isto é pouco recomendado por ser passível de muitos ruídos e distorções cromáticas.
A dica de ouro aqui é fotografar em horários e lugares diferentes para entender melhor as diferentes Temperaturas de Cor e os Balanços de Branco nescessários para fixar estes conceitos na prática.
Explicando o fenômeno da Temperatura de Cor para entender o Balanço de Branco
Você já reparou que quase sempre associamos o vermelho ao quente e o azul ao frio?
Fundamentada no senso comum, essa percepção é útil na maioria das vezes em que precisamos escolher essas cores para a composição de um trabalho.
Contudo, quando falamos de luz, e mais especificamente de Temperatura de Cor Correlata, ou TCC, descobrimos que este pensamento pode nos induzir ao erro.
Surpreendentemente, em termos de TCC, a cor vermelha é lida como fria ao passo que o azul é interpretado como quente.
A constatação da TCC foi percebida ainda no século XIX, quando o físico britânico William Thomson, mais conhecido como Lord Kelvin.
Ele realizou um experimento para apontar duas coisas.
Primeiro, o momento em que um corpo começa a irradiar luz visível.
O segundo ponto era o desvio de luz branca.
Para fazer essas observações, ele aqueceu um bloco de carbono, que fazia parte de um sistema, até que esse bloco atingisse o seu ponto de fusão.
Daí, veio a ideia do que seria a Temperatura de Cor Correlata.
Explicando melhor, este objeto passou a se chamar corpo negro, pois observou-se que, quando aquecido a determinada temperatura, ele começava a emitir radiação/luz sem sofrer alteração em sua composição.
O físico constatou que à medida que a temperatura e a emissão de mais energia aumentavam, ocorria a produção de luz em vários comprimentos de ondas visíveis.
Vale ressaltar que esses feixes vão desde o infravermelho ao ultravioleta, ambos situados nos extremos da escala e invisíveis aos nossos olhos.
O experimento de Kelvin também constatou que quanto mais alta a temperatura de cor correlata, mais clara é a tonalidade de cor da luz.
Como não lidamos diretamente com sistemas compostos por blocos de carbono, temos outros modos de aplicar esse conhecimento: a produção de imagem em ambientes de luz controlada (em estúdio) ou natural (no sol).
Se você gostou deste artigo sobre Balanço de Branco, não deixe de conferir também o nosso texto sobre rebatedores de luz.
Imagens: Freepik.