Vários jargões fazem parte do repertório comum de profissionais durante a produção de um show ou de um vídeo com áudio.
Por isso, é importante compreender estes jargões para gerenciar melhor esses processos.
Abaixo, você confere algumas expressões rotineiras sobre as frequências e os ambientes em que o som será captado.
Se você pretende se aprofundar nestas questões, consulte o Manual Prático de Acústica, de Sólon do Valle, que é uma referência no assunto para muitos estudiosos do tema.
O básico dos jargões de acústica para iniciantes
O primeiro jargão de acústica para iniciantes é a expressão “sons de alta frequência”, que se referem aos agudos.
Eles estão situados em faixas que vão de 5 kHz (5000 Hz) a 20 kHz (20000 Hz).
Na prática, se alguém falar que “estão sobrando altas” é o mesmo que dizer que os agudos estão aparecendo demais.
Para contornar isso é fazer uma rápida equalização.
Agora, quando não o agudo não está perceptível ou quando existe pouca presença dessas frequências, dizemos que “faltam altas”.
Neste caso, vamos precisar ressaltar essas frequências também por meio da equalização.
O segundo jargão de acústica para iniciantes são as “baixas frequências”.
Essas frequências vão de, mais ou menos, 23 Hz a 250 Hz e representam as notas mais graves que alguns instrumentos são capazes de alcançar.
Em geral, a ausência de graves costuma ser mais incômoda do que a ausência de agudos.
Por isso, fique atenta às indicações da equipe para realizar os ajustes necessários.
O terceiro jargão de acústica para iniciantes é o termo “flat”, que pode ser traduzido por “plano”.
Ele indica que a resposta de frequência processada pelo sistema é plana, ou seja, igual a 0 e que não existem ganhos ou atenuações em determinadas frequências.
Salas e reverberações: você já pensou nisso?
A gente já falou sobre reverberação em textos anteriores sobre áudio.
Agora, vamos falar da ambiência do nosso som, nosso próximo jargão de acústica para iniciantes.
De modo geral, as salas e estúdios são construídos com as mais variadas “colorações”, ou seja, reverberações e os resultados podem criar experiências maravilhosas.
O jargão de acústica “Sala Cavernosa” é o espaço com excesso de reverberação das baixas frequências (notas graves).
Este ambiente também é chamado de Sala Retumbante e gera um som mais estrondoso, “pesado”.
O oposto deste exemplo é a Sala Magra, onde falta reverberação nas baixas frequências.
Na prática, tal situação pode ser ruim quando gravarmos um contrabaixo, por exemplo.
Isto porque as notas características não serão realçadas.
Um leque de jargões de acústica
Um binômio curioso é a Sala Falsa, também chamada de Sala Ressonante, onde o ambiente apresenta um excesso de reverberação dos tons médios.
Como nosso ouvido é atento, principalmente, a este espaço de frequência, é sempre bom ter cuidado no registro de médios.
Já a Sala Seca é o espaço onde todas as frequências são absorvidas.
Como resultado temos a diminuição do tempo de reverberação das notas graves, médias e agudas.
Geralmente, as pessoas gostam deste tipo de “padronização acústica” para gravar seus trabalhos, mas nem sempre é o ideal.
A Sala Espelhada, também chamada de Sala Brilhante, indica um excesso de reverberação de agudos.
Já Sala Viva se refere ao espaço com baixa absorção acústica, de modo que uma parte do som é refletida pelas superfícies da sala.
Já a Sala Morta é um espaço com ausência ou diminuição do tempo de reverberação de agudos.
É o caso de algumas salas com revestimentos acústicos, como as espumas, por exemplo.
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